Notas de algumas leituras, sem pretensões de crítica literária.

Seleção de alguns poemas, com ou sem comentários.


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A POMBA, Patrick Süskind



Jonathan Nöel, na casa dos 50, vive numa mansarda em Paris. É guarda de um banco. Tem uma vida monótona e sem sobressaltos. Aliás exatamente aquilo que ele deseja: «havia uns bons vinte anos que levava uma vida igual sem incidentes.» (p. 7)
Uma pomba, uma simples pomba ferida, que naquela manhã está no corredor que leva à casa de banho, e sujou a passagem com os seus dejetos, é o absurdo que rasga a realidade construída por este homem ao longo de cerca de três décadas.
É surpreendente como algo que interfere com as nossas rotinas nos pode desequilibrar, pois os medos e fobias em grande medida estão dentro de nós e não têm qualquer substância, são ridículos. Na verdade para lavar os excrementos deixados pela pomba um trapo e um pouco de água bastam, no entanto para lavar a porcaria criada por um cérebro doentio será preciso encontrar o esfregão eficaz, o que se poderá revelar difícil.
Como o bobo da corte de antanho, também Jonathan vai dizendo umas verdades a respeito dos seus concidadãos e da estratificação social.
O livro, para além da obsessão do protagonista, reflete sobre a sociedade.

SÜSKIND, Patrick. A Pomba. Editorial Presença, 1987

Outras obras do autor:
O Perfume


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