SUSPIROS
Batem-se as claras em ponto de nuvem
e juntam-se algumas lágrimas
de final de tarde.
Enquanto o fogo arde,
suspira-se suavemente,
para não tornar a massa pesada.
Depois reparte-se esta
em pedacinhos etéreos,
que vão ao forno
em forma untada ao de leve,
e espera-se pacientemente
que façam crescer água na boca
para melhor se dissolverem
no imaginário.
Consomem-se com o nascer da lua,
sem deixar arrefecer.
|
LARANJEIRA, Maria; GENTIL, Ângela. NATAS DO CÉU: Poesia de comer e chorar por mais. (p. 87). |
Para quem ama a culinária, a degustação, a destrinça de sabores, um livro bem temperado de um erotismo contido, mas assumido. |
Notas de algumas leituras, sem pretensões de crítica literária. Seleção de alguns poemas, com ou sem comentários.
quarta-feira, 16 de maio de 2018
NATAS DO CÉU, Maria Laranjeira e Ana Gentil
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Idealmente, discorde, comente, esclareça a interpretação do texto ou livro em apreço.