Notas de algumas leituras, sem pretensões de crítica literária.

Seleção de alguns poemas, com ou sem comentários.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O LOBO BRANCO, Branquinho da Fonseca




Este conto foi extraído da obra “Caminhos Magnéticos” [1938].

Transcreve-se da introdução informação sobre o autor:

BRANQUINHO DA FONSECA

«Nasceu Branquinho da Fonseca, em Mortágua, a 4 de Maio de 1905. Faz parte dos seus estudos em Lisboa mas é em Coimbra que as actividades literárias começam a fazer rasto atrás do seu nome. Aí funda PRESENÇA que dirige juntamente com JOSÉ RÉGIO e JOAO GASPAR SIMÕES. Só mais tarde, com a sua saída, aparece CASAIS MONTEIRO no corpo directivo da Revista. Foi sem dúvida o movimento «Presencista» um dos movimentos mais importantes da vida literária portuguesa. Um bafo de renovação das nossas letras numa altura. em que a decrepitude era manifesta.
Licenciado em direito, exerce Branquinho da Fonseca funções burocráticas em diversas terras da. província. Este calcurriar deixa marca profunda na sua obra. Afirmamos isto ao pensar no romance MAR SANTO. O escritor viveu alguns anos na Nazaré.
Onde a obra de Branquinho da. Fonseca ganha projecção é sobretudo na história curta.
O BARAO e todos os outros contos de RIO TURVO ficarão como dos mais belos contos de toda a literatura portuguesa.»

Como se afirma acima, Branquinho da Fonseca é um exímio contista.
Este conto retrata um ambiente rural e a sua ingenuidade, relações simples e prazenteiras, mesmo entre patrões e empregados, até que surge a superstição. Aí, tudo muda, o protagonista que era respeitado e o ai-jesus de toda a gente, passa a ser evitado como se tivesse lepra, apenas por ter avistado um lobo branco a que o povo confere atributos demoníacos.
Leitura de recreação, suportada na religiosidade e na crendice exacerbada. Assim como em algumas cenas de caça e petiscos, como uma tiburnada no lagar de azeite. Ótimo para recordar tradições de meados do século passado.

 FONSECA, Branquinho da. O Lobo Branco. Fomento de Publicações, Ld.ª, S/d [D.L. 1955]

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