Este conto foi extraído da obra “Caminhos Magnéticos”
[1938].
Transcreve-se da introdução informação sobre o autor:
BRANQUINHO DA FONSECA
«Nasceu
Branquinho da Fonseca, em Mortágua, a 4 de Maio de 1905. Faz parte dos seus
estudos em Lisboa mas é em Coimbra que as actividades literárias começam a
fazer rasto atrás do seu nome. Aí funda PRESENÇA que dirige juntamente com JOSÉ
RÉGIO e JOAO GASPAR SIMÕES. Só mais tarde, com a sua saída, aparece CASAIS
MONTEIRO no corpo directivo da Revista. Foi sem dúvida o movimento
«Presencista» um dos movimentos mais importantes da vida literária portuguesa.
Um bafo de renovação das nossas letras numa altura. em que a decrepitude era
manifesta.
Licenciado
em direito, exerce Branquinho da Fonseca funções burocráticas em diversas
terras da. província. Este calcurriar deixa marca profunda na sua obra.
Afirmamos isto ao pensar no romance MAR SANTO. O escritor viveu alguns anos na
Nazaré.
Onde
a obra de Branquinho da. Fonseca ganha projecção é sobretudo na história curta.
O
BARAO e todos os outros contos de RIO TURVO ficarão como dos mais belos contos
de toda a literatura portuguesa.»
Como se afirma acima, Branquinho da Fonseca é um exímio
contista.
Este conto retrata um ambiente rural e a sua ingenuidade,
relações simples e prazenteiras, mesmo entre patrões e empregados, até que
surge a superstição. Aí, tudo muda, o protagonista que era respeitado e o
ai-jesus de toda a gente, passa a ser evitado como se tivesse lepra, apenas por
ter avistado um lobo branco a que o povo confere atributos demoníacos.
Leitura de recreação, suportada na religiosidade e na
crendice exacerbada. Assim como em algumas cenas de caça e petiscos, como uma
tiburnada no lagar de azeite. Ótimo para recordar tradições de meados do século
passado.
FONSECA, Branquinho da. O Lobo Branco. Fomento de Publicações,
Ld.ª, S/d [D.L. 1955]
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