Notas de algumas leituras, sem pretensões de crítica literária.

Seleção de alguns poemas, com ou sem comentários.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O DESTINO TURÍSTICO, Rui Zink



Visão desencantada da possível evolução de um país pobre para uma “zona”, cujo único rendimento é um tipo de turismo: o de sangue. Confrontado com a pobreza dos seus habitantes e com a oferta melhor e mais barata de praias, bordéis, jogo, etc., a Portugal, pois é, sem dúvida, esse o país invocado, só lhe resta simular a guerra - “Turismo de fealdade, inospitalidade, sangue…” (p.206) -, com atentados, bombas, minas: ser um “paraíso do caos” para cativar turistas que procuram emoções muito fortes ou mesmo a morte. Naturalmente, todos encontram as primeiras e muito poucos a segunda, pois isso não é bom para o negócio.
Por todo o livro está disseminada uma crítica, ora mais direta ora mais subtil. Dois exemplos apenas:
“As pessoas pobres, ao que parece, tinham muito jeito para as línguas. Um traço genético, ou coisa e tal.” (p. 12);
“E Deus queira que lhe dêem um tiro […] isso é que era bem visto, e dava uma imagem que faria não só jornais e televisões, mas também, oxalá, o youtube.” (p. 161)

ZINK, Rui. O destino turístico. Teorema, 2008.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Idealmente, discorde, comente, esclareça a interpretação do texto ou livro em apreço.