“A traição fazia parte do jogo político.” (p.179)
A alegada corrupção dos políticos portugueses, comparada
com a relatada neste livro em relação aos brasileiros, faz dos primeiros autênticos
meninos de coro.
O título refere-se a agosto de 1954.
O livro assume-se como uma espécie de romance histórico em
que é difícil destrinçar a realidade da ficção. Resulta num policial
entrecruzado com a história dos acontecimentos que levaram à deposição e suicídio
do presidente Getúlio Vargas.
A corrupção das instituições, da Presidência da República,
dos deputados, dos políticos em geral, dos militares e mesmo da polícia grassa
e mina a sociedade brasileira de então (??).
Os poucos que se mantêm limpos (“asa-branca”) são destruídos
ou mesmo eliminados.
É o que acontece com diversas testemunhas do caso que o comissário
Mattos investiga. O crime está ligado com questões políticas, o que permite ao
autor fazer a ligação acima referida do policial com o romance histórico.
O próprio comissário vem a ser morto, ironicamente depois de um contrato fracassado, impendem sobre a sua cabeça dois outros, tendo um dos assassinos chegado tarde mas reclamando para si a autoria da morte, naturalmente para receber o seu «prémio».
O próprio comissário vem a ser morto, ironicamente depois de um contrato fracassado, impendem sobre a sua cabeça dois outros, tendo um dos assassinos chegado tarde mas reclamando para si a autoria da morte, naturalmente para receber o seu «prémio».
FONSECA, Rubem. AGOSTO. Planeta de Agostini, 1999.