Notas de algumas leituras, sem pretensões de crítica literária.

Seleção de alguns poemas, com ou sem comentários.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

AGOSTO, de Rubem Fonseca



A traição fazia parte do jogo político.” (p.179)

A alegada corrupção dos políticos portugueses, comparada com a relatada neste livro em relação aos brasileiros, faz dos primeiros autênticos meninos de coro.

O título refere-se a agosto de 1954.
O livro assume-se como uma espécie de romance histórico em que é difícil destrinçar a realidade da ficção. Resulta num policial entrecruzado com a história dos acontecimentos que levaram à deposição e suicídio do presidente Getúlio Vargas.
A corrupção das instituições, da Presidência da República, dos deputados, dos políticos em geral, dos militares e mesmo da polícia grassa e mina a sociedade brasileira de então (??).
Os poucos que se mantêm limpos (“asa-branca”) são destruídos ou mesmo eliminados.
É o que acontece com diversas testemunhas do caso que o comissário Mattos investiga. O crime está ligado com questões políticas, o que permite ao autor fazer a ligação acima referida do policial com o romance histórico.
O próprio comissário vem a ser morto, ironicamente depois de um contrato fracassado, impendem sobre a sua cabeça dois outros, tendo um dos assassinos chegado tarde mas reclamando para si a autoria da morte, naturalmente para receber o seu «prémio».

FONSECA, Rubem. AGOSTO. Planeta de Agostini, 1999.